Trança de Teatro realizará intervenções no Dia da Consciência Negra
Por: Mariana Campos – macampos@sorocaba.sp.gov.br
O Grupo Trança de Teatro realizará, a partir desta sexta-feira (20), intervenções artísticas em Sorocaba para marcar o Dia da Consciência Negra. Neste primeiro dia, às 9h30, cinco artistas da companhia vão entregar flores às mulheres negras no bairro Nova Esperança. Às 14h, a ação ocorrerá no Parque Vitória Régia.
Realizada em parceria com a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), a performance visa fazer com que essas mulheres percebam questões sensíveis que pertencem a elas, a partir de pequenos gestos, ações e atitudes. A flor é um detalhe com possibilidades para infinitas aberturas às mulheres. A intenção deste objeto artístico é atingir a sensibilidade de mulheres maltratadas pela vida, levar o perfume do sensível, e mostrar possibilidades de ver o mundo através de suas janelas.
A entrega de flores ocorrerá novamente na manhã do dia 28 de novembro, às 8h, sendo dirigida às mulheres negras que estiverem no Centro de Sorocaba e, às 11h, a intervenção ocorrerá na Avenida Itavuvu. No mesmo dia, às 19h, o Grupo Trança de Teatro ainda apresentará gratuitamente as performances “Clementina e Carolinas” e “Cenas Naturais” no Barracão Cultural.
“Clementinas e Carolinas” é uma proposta feminina da atriz Clarice Santos. Quando a atriz iniciou sua pesquisa e sua busca por referencias artísticas no campo intelectual de mulheres negras percebeu a falta do papel feminino nas artes. E o que faltava ser enaltecido. Para mostrar e evidenciar a existência, Clarice Santos ritualiza e presentifica essas mulheres performaticamente. Traz em seu corpo, sua voz e sua pele, mulheres que merecem serem vistas, lidas e ouvidas.
Já “Cenas Naturais”, com os atores Marco Antonio Fera e Clarice Santos, surgiu de pesquisas dos artistas em relação ao corpo negro social, político e poético. A performance fala do extermínio vivido pela população negra no Brasil. O ator problematiza mortes nacionalmente conhecidas e sem um desfecho judicial. Para que não tenhamos mais Amarildos, Claudias, Kaiques e Eduardos, é necessário que alguém grite, que alguém exponha, aponte. O ator torna visível o invisível, relembra para que este País nunca esqueça os crimes vergonhosos que este paraíso esconde.
O Barracão Cultural está localizado na Avenida Afonso Vergueiro, 310, no Centro, ao lado da Estação Ferroviária.