Houve redução no contágio de pacientes heterossexuais, mas a SES alerta quanto ao aumento entre homossexuais

A quantidade de novos casos de Aids identificados pela Secretaria de Saúde de Sorocaba (SES) teve queda de 35,7% em Sorocaba em 2014, em relação ao ano anterior. A redução em novas ocorrências é identificada desde 2011 na cidade e, segundo a pasta, tem ligação com as ações de prevenção e diagnóstico precoce dos casos, assim como ao atendimento especializado oferecido aos portados do vírus HIV, interrompendo assim a cadeia de transmissão. Apesar dos resultados, a SES reforça a necessidade de prevenção, sobretudo em época de Carnaval, quando há risco maior de contágio.

Ao todo, foram 146 casos novos no ano passado em Sorocaba, sendo 126 em pacientes homens e 20 em mulheres. Em 2013, a soma foi de 227: 163 homens e 64 mulheres. “Em relação aos dados do Ministério da Saúde, que apontam um ligeiro aumento de casos novos de HIV nos últimos anos no País, Sorocaba vem apresentando redução desse número”, compara a coordenadora do Centro de Orientação e Apoio de Sorocaba (Coas), Isis Câmara Barros Teixeira. A unidade integra a rede do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids).

O número de novos casos em heterossexuais baixou de 104 para 54, de 2013 para 2014, e em bissexuais a redução foi de 18 para 13 casos. Entre homossexuais houve aumento de 64 para 71 no mesmo período. “O número de casos de infecção pelo HIV aumenta entre a população de homens homossexuais devido ao comportamento de risco que muitos praticam, além da relação sexual anal, que oferece maior chance de transmissão do vírus da aids”, considera Isis.

Conforme levantamento mais recente feito pela SES, até o dia 31 de dezembro de 2014 a rede municipal de saúde tinha 2.023 casos de HIV notificados, sendo 1.765 em adultos, 37 em crianças e 221 em gestantes.

Ações

A rede do Programa Municipal DST/Aids desenvolve uma série de ações, tanto do ponto de vista preventivo como de tratamento. Por exemplo, em Sorocaba há campanhas permanentes de incentivo à testagem para HIV em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no Coas. Há, também, ampla oferta de teste rápido e iniciativas estratégicas promovidas em eventos como Carnaval e Parada Gay, com distribuição preservativos masculinos e femininos, além de materiais educativos. Além disso, em Sorocaba existe atendimento especializado aos portadores de DST/HIV/AIDS por meio do Serviço de Atendimento Municipal Especializado (Same), realizado por equipe multidisciplinar (infectologistas, urologistas, psicólogo, assistente social, enfermeiros, etc).

A Aids não tem cura, mas o tratamento permite que a pessoa portadora do vírus HIV viva normalmente e não transmita o vírus para outras pessoas involuntariamente. Apesar disso, o foco da rede de saúde é a prevenção. As duas principais frentes são o uso do preservativo e a realização do teste de detecção, este último indicado para todas as pessoas sexualmente ativas, enfatiza a coordenadora do Coas. Em Sorocaba, de segunda a sexta-feira, com exceção de dias de feriados prolongados (como o Carnaval), o exame está disponível nas 31 UBS e no Coas, que fica na rua da Penha, 770, no Centro.

Carnaval

Em virtude do Carnaval, a SES está disponibilizando 150 mil preservativos masculinos que podem ser retirados nas 31 UBSs da cidade durante a semana, bem como no Terminal Santo Antônio e nas três UPHs – Zona Norte, Oeste e Leste. Também haverá distribuição de preservativos e materiais informativos durante os desfiles das escolas de samba, na passarela no Parque das Águas, no sábado (14/02) e no domingo (15/02); durante o Baile da Terceira Idade, das 17h30 às 21h30 no Parque dos Espanhóis, e no desfile do Bloco do Depois, estes dois últimos eventos no sábado.

Em caso de exposição de risco (sexo sem preservativo ou rompimento da camisinha), a orientação da SES é que a pessoa procure por atendimento de urgência nas Unidades Pré-Hospitalares (UPHs) Zona Norte e Zona Leste, sempre à noite e aos finais de semana, e no Same (rua Manoel Lopes, 220) de segunda a sexta, das 7h às 18h. Nesses locais serão adotadas medidas preventivas que consistem no uso de medicamentos específicos até 72 horas após a relação sexual, para reduzir o risco de transmissão do HIV.

Veja comparativos abaixo:

Fonte: Programa Municipal DST/Aids

Mais informações sobre DST/aids podem ser obtidas diretamente na sede do Coas ou pelo telefone (15) 3232-2200.

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