Atividade será voltada principalmente aos estudantes universitários e pesquisadores da área, mas será aberta a toda a população
A Prefeitura de Sorocaba realiza neste sábado (dia 24), às 9h, a 1ª Oficina de Nucleação e Construção de Ninhos na futura Praça da Biodiversidade, que está sendo implantada numa área de aproximadamente seis mil metros quadrados na margem direita do rio Sorocaba, entre as pontes do Pinga-Pinga e Fernando de Luca. A atividade será voltada principalmente aos estudantes universitários e pesquisadores da área, mas será aberta a toda a população.
Realizada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), a atividade tem por objetivo divulgar o tema Biodiversidade ao público e envolvê-lo na construção de abrigos para a fauna na Praça da Biodiversidade. A implantação da praça integra os projetos prioritários do Programa “Sorocaba a Cidade da Biodiversidade”, realizado pela Secretaria do Meio Ambiente. O programa visa fomentar medidas inovadoras com relação à biodiversidade, com vista a assegurar os ecossistemas existentes em Sorocaba.
“A Praça da Biodiversidade está sendo construída dentro de um conceito cuja premissa é chamar a atenção para o tema e mostrar para a população o que é Biodiversidade. Nada mais justo do que realizar esta oficina e envolver a população no intuito de promover abrigos e locais para atrair a nossa fauna para a praça”, explica Welber Smith, diretor de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente. “Tudo o que construirmos na oficina será deixado no local para que sirva de abrigo e local de reprodução para as aves que porventura possam viver neste espaço”, afirma.
Durante a atividade será apresentado o Programa “Sorocaba, a Cidade da Biodiversidade’’ e a proposta da Praça da Biodiversidade. Em seguida, Welber Smith, José Carmelo de Freitas Junior, técnico ambiental da Sema, e Karen Castelli, doutoranda da Unesp Sorocaba, vão ministrar as oficinas de construção de ninhos e nucleação.
Os ninhos e os pequenos habitats serão construídos com galhos e troncos e serão espalhados em pontos estratégicos da praça. Além disso, o ceramista Michel da Cunha está construindo cinquenta unidades de ninhos utilizando argila de cinco tipos diferentes, e todos também serão colocados na Praça da Biodiversidade. O artista também está construindo uma estrutura para abrigar abelhas.
Para participar basta comparecer ao local no horário da atividade. Mais informações pelo telefone (15) 3219.2280.
Sobre os ninhos e a nucleação
Uma das características mais evidentes das aves é a capacidade de construção de grande diversidade de ninhos e abrigos. Com uma maestria ímpar no mundo animal, constroem estruturas admiráveis, frequentemente maiores e mais pesadas que elas próprias e que, com sua complexidade, desafiam os pesquisadores. Por outro lado, existem também construções extremamente simples, que nada mais são que uma mera depressão no solo.
A principal função dos ninhos é a de proporcionar proteção aos ovos e aos filhotes contra predadores e às adversidades do tempo, como o vento e a chuva. Os ninhos das aves variam bastante. Há ninhos nos quais os ovos são depositados diretamente no chão ou dentro de cavidades pré-existentes de tronco das árvores, cupinzeiros e ninhos de outras aves. A maioria das aves constrói ninhos usando variadas fontes de matéria-prima. O bico é uma ferramenta multiúso que serve para transportar o material e para tecer ou cimentar o ninho. A forma do ninho e o tempo que se gasta para construí-lo varia de uma espécie para outra.
Já a nucleação é a proposta de criar pequenos habitats (núcleos) dentro da área degradada de forma a induzir uma heterogeneidade ambiental, propiciando ambientes distintos no espaço e no tempo. Os núcleos têm o papel de facilitar o processo de recrutamento de novas espécies dos fragmentos vizinhos, do banco de sementes local e também influenciar novos núcleos formados ao longo do tempo.
Dessa forma, são criadas condições para a regeneração natural, como a chegada de espécies vegetais, animais e microorganismos, além da formação de uma rede de interação entre eles. A ideia da nucleação é disparar gatilhos ecológicos no processo de regeneração natural. Os núcleos são elementos capazes de formar novas populações, novos nichos de regeneração e gerar conectividade na paisagem.