Monitores dos parques participaram de atividade sobre Cerrado

Por: Mariana Campos – macampos@sorocaba.sp.gov.br

Para comemorar o Dia Municipal do Cerrado (11 de setembro), a Prefeitura de Sorocaba realizou na manhã desta sexta-feira (dia 11) uma formação gratuita com catorze monitores dos parques ecológicos da cidade. Eles participaram de uma visita técnica ao Jardim Botânico “Irmãos Villas-Bôas” e a uma área pública do Vitória Régia, que possuem remanescentes deste bioma na cidade.

O objetivo da Secretaria do Meio Ambiente foi de promover a capacitação destes monitores que atuam na área de Educação Ambiental nos parques quanto à importância ecológica do Cerrado.

Sorocaba está localizada numa zona de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado – dois grandes biomas brasileiros – havendo o predomínio do último no território municipal. Em Sorocaba, a comemoração do Dia do Cerado faz parte do calendário oficial de datas alusivas ao Meio Ambiente, conforme prevê a Lei Municipal nº 8.812, de 15/07/2009.

A formação teve início com um bate-papo no Jardim Botânico, onde cada um dos estagiários pode falar um pouco sobre o Cerrado e as experiências que têm com este bioma, seja com pesquisa em campo ou trabalhos acadêmicos.

“Nossa ideia é apresentar a todos as fisionomias do Cerrado, promover a troca de experiência e oferecer informações sobre o ecossistema como um todo. Além disso, vocês vão poder observar, anotar as características das plantas e fazer coleta de material botânico”, falou aos monitores o técnico ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, José Carmelo de Freitas Junior, que comandou o bate-papo.

Na sequência os monitores percorreram uma trilha no parque, onde puderam observar espécies de plantas de fisionomia campestre do ecossistema. “Ainda não temos registro de todas as espécies existentes no Botânico, por isso temos que fazer estas coletas de materiais férteis, ou seja, com flores e frutos, pois desta maneira é mais fácil identificar a espécie”, explica José Carmelo.

Durante a coleta de material botânico, os monitores anotaram numa planilha diversas informações como o local onde foi coletado, estrutura da espécie arbórea, tamanho, forma da folha ou do fruto, textura, cor, e se a planta tinha algum tipo de depredação, como praga. “Estas anotações precisam estar registradas para facilitar a identificação. Depois vamos transformá-las em exsicatas para incorporá-las ao acervo do Herbário do Jardim Botânico”, afirmou o técnico ambiental da Secretaria do Meio Ambiente.

Em seguida, os monitores foram visitar a área pública localizada no Vitória Régia, onde também puderam percorrer trilhas, observar e coletar sementes de espécies do Cerrado.

Sobre o Cerrado

O cerrado brasileiro é um bioma bastante ameaçado. Ao todo, já se perdeu metade de sua vegetação original e o restante está muito fragmentado. Boa parte dessa vegetação foi ocupada pelas atividades agropecuárias e pela extração de madeira ilegal. São também frequentes os incêndios florestais, que correspondem a 75% do total de emissões de gases estufa (CO2) no Brasil, segundo o INPE (Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais).

A vegetação do Cerrado é caracterizada por diversas fisionomias, principalmente pela presença de árvores retorcidas e com cascas grossas. Em alguns casos perdem as folhas nas épocas de estiagem, com folhagem adaptada a esses períodos, que podem formar florestas junto com várias espécies arbustivas ou estar dispersas em campo aberto de gramíneas.

Nesse bioma, as estações de chuva e estiagem são bem definidas. No inverno, quando predominam os dias secos, os campos do Cerrado têm aspecto de vegetação ressecada, amarelada, e são ameaçados pelas queimadas. Já no verão, com as chuvas, esses mesmos campos se tornam verdadeiros tapetes verdejantes. Entre as espécies do Cerrado estão: ipês (amarelo, roxo, rosa e branco), angico, açoita-cavalo, baru, araticum, sucupira, mangaba, uvaia, araçá, entre outras.

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