Num ato simbólico contra o tráfico de animais, a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), realizará a destruição de dezenas de gaiolas de pássaros oriundas de apreensão animais depositados no Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros” pela Polícia Militar Ambiental. A ação acontecerá nesta sexta-feira (6), às 11h, no parque.
A ação servirá também para informar que o Zoo deixará de receber animais de apreensões e depósito voluntário dentro de alguns meses. A bióloga Cecilia Pessuti, chefe de seção do Zoo, esclarece que as instituições responsáveis por receber, marcar, avaliar, reabilitar e destinar animais silvestres são os Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). “Em Sorocaba, por não haver CETAS na região, grande parte da demanda é entregue aqui em nosso zoológico. Mesmo não sendo responsabilidade direta do município, acabamos por receber muitos animais provenientes de fiscalizações da Polícia Ambiental”, explica.
Somente nos últimos dois meses, o parque recebeu mais de 150 aves de 19 espécies diferentes. A maioria consiste em canários-da-terra, coleirinhas e bigodinhos. Em seguida, vêm os papagaios, também em grande número.
Vários animais chegam ao Zoo em péssimas condições de saúde e em gaiolas precárias. É comum encontrar alimentação apodrecendo, montes de fezes nos fundos das gaiolas e água suja nos bebedouros. Alguns nem mesmo sobrevivem por muito tempo após chegarem à instituição. Outros precisam ser tratados para posteriormente integrarem o plantel ou serem encaminhados para outros zoológicos ou criadouros.
Sobre o tráfico de animais silvestres
Todos os animais que não são domésticos e que tenham o ciclo de vida, em parte ou no todo, ocorrendo dentro de nosso País são considerados silvestres. De acordo com a Lei Brasileira de Crimes Ambientais, não é permitido caçar, apanhar ou ter quaisquer espécies de animal silvestre sem a devida licença ou autorização.
“Infelizmente, muitas pessoas possuem esses animais em suas casas. Muitas delas nem imaginam que para que aquele papagaio pudesse chegar ali, dezenas de outros morreram no caminho”, comenta Cecília, lembrando que os traficantes acomodam os animais em locais apertados, sujos e sem ventilação adequada, como em canos de PVC, por exemplo.
Embora, o tráfico de animais silvestres abranja todos os grupos, as aves são as maiores vítimas, cerca de 80% do total. A conscientização das pessoas é fundamental para mudar este quadro no país. É importante que a população não compre animais silvestres sem documentação e quando estiver nesta situação denuncie à Polícia Ambiental.