Sorocaba sediou nesta quarta-feira (3) o Seminário “Os múltiplos olhares sobre a Educação Ambiental nas cidades”. O evento fez parte da programação especial em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) e reuniu mais de 130 pessoas – entre educadores ambientais, professores da rede municipal de ensino e estudantes universitários – no Teatro do SESC Sorocaba.

Realizado numa parceria entre as Prefeituras de Sorocaba e de Votorantim com o SESC, o objetivo foi debater a Educação Ambiental como instrumento da prática crítica, transformadora e emancipatória por meio da construção de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, preparando pessoas para a participação na formulação de ideias.

“Estamos degradando o nosso planeta numa velocidade muito alta e não sabemos até quando ele aguenta. Se pudermos fazer um trabalho diário de Educação Ambiental poderemos colher bons frutos futuramente. É importante debatermos o assunto, pois devemos parar de fazer este trabalho somente com o coração. Temos que racionalizar e obter mais recursos financeiros para desenvolvermos atividades com qualidade para atingirmos mais pessoas e mudar a nossa cidade e o mundo. Um ótimo dia de trabalho a todos”, destacou Clebson Ribeiro, secretário do Meio Ambiente de Sorocaba.

A abertura do seminário contou com a presença de Carlos Alberto Leite, secretário do Meio Ambiente de Votorantim; do vereador sorocabano Carlos Leite, além de Marcos Bravin e Claudia Figueiredo, do SESC Sorocaba.

Mesa-redonda, relatos de experiência e exibição de filme

No período da manhã o seminário contou com uma mesa-redonda com a Profª Drª Maria Cornélia Mergulhão, da PUC/Sorocaba; o Prof. Dr. Sandro Tonso, da Faculdade de Tecnologia (ex-CESET) da Unicamp; e educadora Ondalva Serrana, conselheira do Instituto Auá de Empreendedorismo socioambiental.

Neli Mergulhão falou sobre sua experiência na área de Educação Ambiental do Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”. “Quando começamos, em 1982, não havia livros de Educação Ambiental, não tínhamos referência, e nós começamos a fazer esse trabalho de forma intuitiva em Sorocaba”, comentou. “Em 1984, Sorocaba sediou o 1º Encontro Regional de Educação Ambiental do Brasil no auditório da Prefeitura. E isso foi motivo de orgulho”, destacou Neli.

A palestrante ainda reforçou a importância do lúdico como estratégia para a sensibilização das pessoas. “É importante que sejam feitas atividades atrativas; usar a arte, aventura e a curiosidade”, afirmou Neli Mergulhão. Ela ainda apresentou diversos projetos e ações na área realizadas ao longo dos anos no Zoo, como os clubes ecológicos, cursos de férias, entre outros.

Em seguida, o Prof. Dr. Sandro Tonso apresentou o trabalho que realiza no Coeduca (Coletivo Ambiental Educador de Campinas). “É importante pensar qual o tipo de Educação Ambiental será utilizada para cada situação”, salientou. O Coeduca foi criado com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população de Campinas e formar educadores ambientais atuantes em todos os bairros do município.

Por último, a educadora Ondalva Serrana abordou o curso de Educação Integral e Ecoprofissional realizado em Araçoiaba da Serra. A iniciativa é uma parceria entre o Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental e o Instituto Federal de São Paulo, por meio do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Agroecologia de São Roque, com base na metodologia desenvolvida por Ondalva Serrano, conselheira do Instituto Auá.

A metodologia foi criada pela palestrante através de um convite da UNESCO, em 1996, para que ela criasse um programa unindo meio ambiente e integração social para ensinar adolescentes de escolas públicas a serem ecoprofissionais, de forma a inseri-los no mercado de trabalho.

À tarde, o encontro prosseguiu com a apresentação de experiências na área de Educação Ambiental dos municípios de Sorocaba e Votorantim, além do SESC. A ideia foi de favorecer a troca de experiências em nível regional potencializando as ações realizadas para a promoção da Educação Ambiental.

Welber Smith, diretor de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente de Sorocaba, deu um panorama geral do que sendo feito na área na cidade desde o segundo semestre de 2014. Foram abordadas cinco linhas: educomunicação, projetos de Educação Ambiental, Educação Ambiental em Parques, capacitação de educadores e formação de professores. Ele citou a criação do Centro de Educação Ambiental do Rio Sorocaba (CEA Rio Sorocaba), as blitz da biodiversidade, os materiais educativos, a comunicação visual dos parques, entre outros.

Por último, foi exibido o documentário “A crise global da água”, com direção de Jessica YU (EUA, 2011). O filme apresenta um argumento poderoso do porquê a crise mundial da água será a principal questão que o mundo precisará enfrentar neste século. 

Karine Sampaio Valdemarim, estudante de Engenharia Florestal da UFSCar Sorocaba, se interessou pelo tema e compareceu ao evento. “No meu curso não é abordada esta questão e preciso ter uma visão diferente da Educação Ambiental”, disse a jovem.

Outra participante do encontro foi Jennifer Fernandes, estudante de Ciências Biológicas da UNIP Sorocaba. “Vim porque tenho muito interesse nesta área”, comentou a universitária que, futuramente, pretende lecionar para ensino fundamental. Atualmente ela faz estágio no Jardim Botânico “Irmãos Villas-Bôas” e já atua na área com a equipe da Secretaria do Meio Ambiente.

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