Dengue está em queda pela sexta semana seguida e Sorocaba planeja ações preventivas para o 2º semestre
Prefeitura investiu R$ 7,5 milhões em ações antidengue este ano e a previsão é de mais R$ 500 mil ao mês na segunda metade de 2015
Pela sexta semana consecutiva Sorocaba apresenta redução no número de casos de dengue. Conforme boletim divulgado em entrevista coletiva nesta quarta-feira (27), neste ano são 52.624 casos, dos quais 14.308 confirmados laboratorialmente e 38.316 prováveis, classificados por critério clínico-epidemiológico. Na última semana foram 531 novos casos e a Secretaria da Saúde (SES) já estabeleceu um projeto de prevenção contra a dengue para ser colocado em prática no segundo semestre do ano, o que vai demandar investimento aproximado de R$ 500 mil por mês. Até o momento, cerca de R$ 7,5 milhões foram investidos ao longo de 2015 em ações preventivas e de combate à doença.
Atualmente, Sorocaba está na 21ª semana epidemiológica da dengue, e desde a anterior, saiu da situação de epidemia da doença. O secretário da Saúde, Francisco Antonio Fernandes, aproveitou a entrevista para corrigir os números referentes à 20ª semana, ocasião em que foram identificados 678 casos novos e não 1.450 como o divulgado anteriormente. “Foi um equívoco na contagem, pois foram somados os casos novos positivos, os suspeitos e ainda aqueles negativados. Tínhamos então 52.093 ocorrências e não 52.575”, explicou.
Quanto ao número de óbitos, a cidade contabilizou esta semana três novas ocorrências, referentes a uma mulher de 85 anos de idade, hipertensa; um homem de 70 anos, também hipertenso, além de uma mulher de 42 anos, com quadro de etilismo, doença pulmonar e aids. “Como tem acontecido, as pessoas que têm dengue e apresentam alguma comorbidade têm maior risco de agravamento clínico e risco de morte”, destaca o secretário. Até a última segunda-feira, Sorocaba somava 31 mortes e ainda há 11 óbitos descartados para dengue e 13 no aguardo de resultado.
Segundo semestre
O combate e a prevenção à dengue no segundo semestre serão focados em ações educativas, manejo de lixo doméstico, nebulizações, arrastões, tirando o foco da assistência. O secretário destaca a necessidade de aparelhar o Poder Público com equipamentos, frota e funcionários para atuar nessas frentes. “O investimento de R$ 500 mil ao mês não estava no orçamento e vamos fazer reajustes para implementar o que é preciso, o que é uma prioridade do Governo Municipal”.
O projeto da Prefeitura prevê a contratação de 06 supervisores diretos, 22 coordenadores de campo, 07 biólogos, 02 veterinários, 10 funcionários administrativos, 10 fiscais, 144 agentes de campo, 39 veículos e 03 caminhões. “Não que dizer que serão estes os números finais, mas o reforço deve girar em torno disso, além da possível mudança na sede da Zoonoses – hoje no prédio do antigo Seminário, na Av. Dr. Eugênio Salerno – para comportar esse crescimento”, frisa Francisco.
De acordo com ele, o objetivo é que as equipes de arrastões e nebulizações visitem cada bairro da cidade quatro vezes no ano: duas no primeiro semestre e outras duas no segundo. “Vamos continuar fazendo a nossa parte e pedindo para a população ajudar a manter suas casas sem criadouros do mosquito. A prevenção é determinante para evitar uma nova epidemia em 2016, pois só teremos uma ideia da situação de como será o próximo ano a partir do início da temporada de chuvas, em dezembro”, ponderou.
Os arrastões de remoção de criadouros de larvas do mosquito Aedes aegypti e de orientação da população, bem como as nebulizações prosseguem, diz a veterinária da Divisão de Zoonoses da SES, Thaís Buti. Esta semana, até sábado (30), os arrastões ocorrem no Jardim Piratininga/Três Meninos, Jardim Bonsucesso, Jardim Santa Catarina/Sorocaba Park. A chamada nebulização pesada, feita de forma embarcada em caminhonetes, segue programação até esta sexta-feira (29) no Parque São Bento, Vila Hortência/Vila Raszl/Vila Isabel, Vila Hortência/Barcelona; Éden/Jardim Amália/Jardim Alegria, Éden/Jardim Boa Esperança e Vila Helena. Já nebulização costal, de casa em casa, acontece até sábado no Jardim São Paulo, Jardim Simus, Vila Jardini/Bermejo, Colorau/Barcelona, Vila Barão e Vila Carvalho.
Desmobilização
Como os atendimentos ambulatoriais estão em queda em Sorocaba, no próximo dia 4 de junho termina o contrato que a SES tem com o Banco de Olhos para operacionalização do Centro de Monitoramento de Dengue (CMD) da Zona Leste. Por enquanto a unidade permanece atendendo e o número de assistidos está em queda desde o início de abril. No último final de semana foram apenas 95 pacientes, contra 714 nos dias 11 e 12 de abril.
“É hora de desmobilizar. O Centro de Monitoramento da Zona Norte, em parceria com os Mórmons, já não opera desde sábado passado, quando registrou 36 pessoas no seu último dia, o que justificou seu encerramento”, mostra o secretário. Em 18 de abril foram 218 assistidos.
Em relação à redução das internações nas redes público e privada, decorrentes da dengue, o número se manteve em 41 na última semana, quantidade que chegou a 152 no início de abril. “Dos dezesseis leitos exclusivos na Santa Casa, na terça-feira (26) havia somente dois em uso” completa o secretário.
Chikungunya
Em relação à Febre Chikungunya, não houve mudança no quadro local. Sorocaba tem um caso importado confirmado, cuja paciente adquiriu a doença no município de Riachão do Jacuípe, no Estado da Bahia. Quatro casos foram descartados e dois (um a mais que na última semana) estão aguardando resultado de exames.