Casos novos de dengue continuam em queda e tendência é Sorocaba sair da epidemia nas próximas semanas

 

Total de casos da doença chega a 51.125 neste ano e o de óbitos a 25. Ações preventivas e educativas vão continuar ao longo do ano

Pela quarta semana consecutiva, Sorocaba continua registrando queda nos números de novos casos de dengue e a Secretaria da Saúde (SES) acredita que, caso essa situação continue, a previsão é que a cidade deixe o estado de epidemia da doença nas próximas semanas. Conforme novo Boletim Epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (13), durante a entrevista coletiva no Salão de Vidro da Prefeitura, até o último dia 11 a cidade registrava 51.125 casos de dengue, sendo 13.301 confirmados por critério laboratorial e 37.824 prováveis por critério clínico-epidemiológico. A quantidade de óbitos notificados somam 25.

Nesta que é a 18ª semana epidemiológica de dengue do ano foram identificados 2.501 novos casos de dengue até o último dia 13 maio, contra 2.531 na anterior, além de 3.720 na 16ª semana, 4.449 na 15ª e 5.908 na 14ª semana. Sorocaba tem 392,6 casos de dengue por 100 mil habitantes, sendo que a situação de epidemia é considerada a partir de 300 casos por 100 mil habitantes. Essa proporção apresenta reduções sucessivas desde o início de abril. Em março o índice chegou a 1.552,9 casos por 100 mil habitantes.

“Sorocaba pode deixar a classificação de epidemia quando atingir 1.850 casos novos numa semana, o que está muito perto de acontecer. O que não quer dizer que temos de baixar a guarda, pelo contrário. As ações preventivas e educativas vão prosseguir ao longo do ano todo”, chama atenção o secretário da Saúde, Francisco Antonio Fernandes.

Outro dado que mostra uma melhora no quadro de dengue em Sorocaba é a redução de internações por esse motivo, que caiu quase pela metade nas quatro últimas semanas: de 96 para 51 nas redes pública e privada. Por esse motivo, as UBSs Vila Fiori e Lopes de Oliveira permaneceram fechadas nos finais de semana e o atendimento redirecionado para os Centros de Monitoramento de Dengue localizados nas zonas Norte e Leste, sem prejuízo da demanda. Isso porque a procura nesses dois últimos locais também está em queda nas quatro últimas semanas.

Mortes

Além dos 25 óbitos notificados este ano em Sorocaba quanto à dengue, pelo Instituto Adolfo Lutz, outros 17 foram descartados e 11 ainda estão em investigação. São três mortes a mais que na semana anterior, sendo referentes a uma mulher, de 79 anos, e dois homens – um de 73 e outro de 87 anos – respectivamente, todos associados a alguma doença que foi agravada pela dengue (comorbidade). 

Segundo levantamento da SES, desses óbitos identificados em Sorocaba, apenas um caso é atribuído exclusivamente à dengue, numa pessoa de 52 anos, em fevereiro. “Fazemos um estudo minucioso, caso a caso, e em todos os outros as vítimas tinham alguma outra doença como hipertensão, diabetes, câncer, obesidade e cardiopatias, por exemplo. Identificamos 41 tipos de comorbidade em 25 pacientes, ou seja, alguns tinham mais de uma doença”, diz Francisco. Os idosos com 60 anos ou mais representam 76% dos óbitos (19 casos), o que comprova que esse público é mais suscetível a agravamentos decorrentes da dengue.

 

Segundo semestre e 2016

A diretora da Área de Vigilância em Saúde da SES, Daniela Valentim dos Santos, adiantou que os arrastões de remoção de criadouros de larvas do mosquito Aedes aegypti, com orientações à população, bem como as nebulizações vão prosseguir. Esta semana, até sábado (16), os arrastões ocorrem no Parque Vitória Régia, Jardim J. S. Carvalho e bairro Casa Branca. A nebulização costal (de casa em casa) ocorre no Jardim Magnólia, Jardim Califórnia, Jardim Marcelo Augusto, Jardim Betânia, Cidade Jardim, Vila Haro, Vila Carvalho e Vila Gabriel. A chamada nebulização pesada, feita de forma embarcada em caminhonetes, segue programação até 15 de maio na Vila Hortência, Éden e Vila Helena.

Mesmo com a diminuição dos casos, essas ações prosseguirão nos próximos meses. “Estamos definindo uma estratégia de ação e haverá uma mudança no modo de atendimento, que será focado em ações educativas, manejo de lixo doméstico, nebulizações, arrastões. O objetivo é tirar o foco da assistência e priorizar a prevenção, com remoção de ovos e de materiais inservíveis, mesmo que sem água”, pontua Daniela. No pós-epidemia, ações em desmanches, em áreas onde há carros abandonados e casas fechadas terão destaque. 

O secretário da Saúde completa que o calendário anual da dengue no ano termina na última semana de junho, quando as estratégias também mudam quanto à doença. “Teremos que trabalhar a necessidade de cada munícipe cuidar do que é seu, com vistas a evitar a formação de criadouros. Essa é uma ação preventiva para o segundo semestre, para minimizar o quadro de dengue em 2016”. O secretário destaca, ainda, a necessidade de aparelhar o poder público com equipamentos, frota e funcionários para atuar na prevenção. “Esperamos que o aprendizado deste ano seja uma lição para o próximo”, conclui. 

 

Chikungunya

Em relação à Febre Chikungunya, não houve mudança no quadro local. Sorocaba continua com um caso importado confirmado, cuja paciente adquiriu a doença no município de Riachão do Jacuípe, no Estado da Bahia. Quatro casos foram descartados (um a mais que na última semana) e um está aguardando resultado de exames.

 

Tags:, , , ,